Erótico - A noite dos lobos.


A noite fresca enfeitada de luar na sonata alegre dos grilos, traz na pernumbra a silhueta da minha amada. Ela surge linda, emergindo das sombras banhadas de lua vestindo um belo esvoaçante, nem vestida nem nua com sua transparência no corpo e na alma. Uma mulher em pele de loba, uma loba vestida de mulher, despida das vestes e da vergonha. Deu-me a provar beijos doces com mel nos lábios. Tocou com as mãos frias o meu corpo em brasa e não só me aqueceu, mas incendiou-me acordando o bruto que dormia. Não me permitiu a fala, apenas deixou que escapassem os meus gemidos e ela trouxe consigo meus arrepios, meu desejo. Puxei-a contra mim como se puxa uma boneca e quis dominar a fera, mas por ela fui dominado. Suas garras me detiveram, crisparam nas minhas costas e me fizeram retesar de prazer. Era difícil conter a respiração que acelerava e os suspiros que fugiam, ofegante, eu estava completamente dominado, músculos contraídos e rijos. Suas mãos apertaram minhas nádegas e me puxaram forte até o toque dos corpos aquecidos, arfei, quase louco e meus olhos encontraram os dela, lascivos, secos e sedentos de tesão. Enquanto seus lábios procuravam os meus com avidez, sua coxa enfiava entre as minhas e naquele toque eu sentia o seu sexo quente e úmido esfregando freneticamente no meu. Agarrei-a pela cintura e puxei para mim com força, beijei-a na nuca e enquanto ela arrepiava inteira agarrava minha cabeça segurando-me pelos cabelos. Senti seus lábios desferindo beijos suaves e molhados em meu peito. Percebi que sua boca beijava e descia, descia até que alcançou meu sexo em riste, quase me revirando do avesso. As pernas bambearam, sumiram. Eu sentia o calor da sua boca, a umidade dos lábios, a dança da língua quase maluca me tocando as intimidades. Os movimentos eram ritmados e suaves, precisos, perfeitos. Não me contive e mergulhei nela de súbito roubando-lhe um gemido enquanto sentia suas unhas cravando em mim, me puxando contra ela, me fazendo invadir suas carnes em puro desejo. Derrubou e pulou sobre mim e como uma verdadeira loba entrou num frenesi e me galopou como uma louca, ora num vai-e-vem acelerado, ora ritmado e lento. As unhas cravou em meu peito, vez em quando abaixava e beijava-me com furor. Eram lobo e loba acasalando, arranhando-se num êxtase próprio de animais. Senti seu corpo cair sobre o meu, cansada, satisfeita, saciada e após a intensidade do prazer animal, voltamos a ser humanos e num beijo apaixonado adormecemos dizendo:
- Eu te amo.

Texto de Tony Casanova - Direitos Autorais reservados ao autor.
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