A difícil vida no interior. [Luzia Couto]

Muitas são as dificuldades encontradas por quem vive no interior. Começando com a falta de trabalho, condições de vida e poder aquisitivo da maioria. Uma minoria cujo status financeiro é melhor, tem o poder nas mãos e faz dos demais quase que escravos das suas vontades, mesmo em uma época em que se prega tanto a liberdade. As chances de um emprego e salário digno não existem, o que obriga os jovens a saírem de suas cidades deixando suas famílias e partindo em busca de um futuro melhor em outras cidades ou capitais, o chamado êxodo rural. Alguns conseguem encontrar um bom trabalho e se sobressaem, outros vivem frustrados por não conseguirem realizar seus sonhos.
Aqueles que realizam o sonho de um emprego e renda melhores nas capitais, apesar disso ainda sonham em regressar para o interior onde tudo começou. As famílias deixadas para trás sofrem pela decepção daqueles que não conseguem obter trabalho e renda. Os estudos tem um papel fundamental para os jovens, principalmente nas pequenas cidades interioranas e quando os mesmos conseguem concluí-los mesmo com as precárias condições da escolas, isso ajuda na muito na busca por um emprego. Todos querem estudar, mas não tem como porque muitos moram longe das escolas , alguns trabalham duro na lavoura o dia inteiro, de sol a sol.
Os governantes nem sempre disponibilizam veículos para trazerem os estudantes, alguns arriscam a vida nas garupas de motos e bicicletas para chegarem as escolas. Acidentes acontecem devido a estradas ruins e sem asfalto e nos tempos chuvosos, a lama e as barreiras que caem, impedem a passagem dos veículos, deixando todos sem locomoção. A maioria sobrevive com tão pouco que mal dá para sustentar suas famílias, enquanto uma minoria privilegiada com todo seu poder aquisitivo, tona-se classe dominante na zona rural. Os minimercados responsáveis pelo comércio de alimentos e gêneros de limpeza e produtos variados, por falta de concorrência elevam os preços das mercadorias, praticando o monopólio dos preços. Um outro problema enfrentado pelos interioranos é a falta de comunicação. Os telefones convencionais não funcionam ou não existem e os celulares não recebem os sinais das antenas de transmissão. Uma realidade inadmissível no século XXI em plena era da alta tecnologia. Muitas vezes a população se vê obrigada a subir em morros, telhados de residências e até em postes para captar o fraco sinal das antenas de celulares.
Quanto ao comércio, com o preço monopolizado fica quase impossível a manutenção dos mais pobres. Nas farmácias nem sempre se encontra as medicações necessárias, sendo preciso encomendar das cidades vizinhas, elevando os custos com os medicamentos. A locomoção para outras cidades quase sempre é feita de táxi ou muitas vezes de bicicleta, pois linha de ônibus existe uma ou duas no máximo, fato que não ocorre todos os dias. Os moradores são explorados de todas as formas possíveis, desde a infância até a terceira idade. O atendimento médico é realizado uma vez por semana nos lugarejos do município e se alguém passar mal fora do período de visitação médica, precisa pagar pela condução até chegar ao posto médico mais próximo. Um gasto considerável levando em conta o pouco poder aquisitivo da população. Um capital que deveria ser destinado à alimentação do doente ou mesmo da família que poderia usar o dinheiro para adquirir medicamentos para ele. E nesta luta constante vive o homem do campo, lutando por sua própria subsistência. Deus queira um dia estes governantes olhem com um pouquinho de carinho para quem vive no interior . É preciso que nas eleições municipais, na hora de votar, o povo procure escolher melhor seus candidatos pelo caráter e história de dedicação à cidade e ao povo que nela vive.

Texto escrito por Luzia Couto. Direitos Autorais Reservados a autora. Proibida a cópia, colagem, reprodução de qualquer natureza ou divulgação em qualquer meio, do todo ou parte desta obra, sem autorização expressa da autora sob pena de violação das Leis Brasileiras e Internacionais de Proteção aos Direitos de Propriedade Intelectual. 

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