Conto - A triste história de amor de Florisbela. [Luzia Couto]

No dia em que Florisbela chorou, por ter se deparado com uma situação pouco comum na cidadezinha onde vivia com sua humilde família. Florisvaldo era seu amor desde adolescência. Viviam sempre juntos, grudadinhos um no outro, como sua mãe costumava dizer. Eles estudavam juntos e depois iam trabalhar na sorveteria da família dele. A noite sentavam no banquinho da pracinha da igreja e lá ficavam horas namorando sob a luz do luar e observando as estrelas brilhantes que formavam nuances douradas no céu de Espera Feliz aquela pacata cidadezinha,onde todos se conheciam e comunicavam muito, era muitos jovens que se reuniam ao final da tarde na sorveteria e as histórias aumentavam, tomavam forma e eram só gargalhadas. Todos eram felizes, era o que parecia. Cada um dizia algo engraçado e tome mais risos. Uma harmonia agradável vivida por eles. Toda tarde a cena se repetia e sempre  tinha alguém com algo  novo para contar e ficarem se questionando como se fosse um seminário. Tão logo a noite chegava lá iam os casais de namorados, cada um mais apaixonado, na direção da pracinha da igreja.
 Todos os dias a história se repetia, enquanto isto, a família trabalhava e já comentavam: Quando será decidirão pensar em noivado? Mas Florisbela nem pensava em noivar e casar ao contrario de Florisvaldo que sonhava com o casamento dos dois. Sempre que ele tocava no assunto de noivado, ela desconversava e nunca respondia e o tempo ia passando. Naquele ano ambos terminariam os estudos e talvez fossem para uma faculdade, imaginava ela, mas nem tudo saíra como pensado. Ele queria noivar, casar e constituir uma família e pensando assim foi uma ação do rapaz fez com que tudo começasse desabar. Ninguém imaginaria que Florisvaldo faria uma surpresa sem consultar a moça, porém ele foi até sua casa depois do trabalho, cheio de entusiasmo e pensando numa surpresa. "Quão feliz sua amada ficaria quando ele pedisse sua mão em casamento perante toda família". Imaginou Florisvaldo. Mas grande foi a decepção que teve ao ouvir de sua amada um "Não" curto e seco. todos ficaram emocionados e foi difícil conter o choro, mas Florisbela, que se manteve impassiva, foi logo dizendo: Vou cursar minha faculdade primeiro, formar-me e depois pensaremos em noivado. Para a família de ambos era bem constrangedor ouvir um não de Florisbela, já que o rapaz mostrou-se feliz e disposto a firmar o compromisso, além de que eles já haviam planejado a festa do casamento, que deveria ser linda. Todos já haviam pensando nos arranjos florais que usariam na igreja, no cardápio da festa, nos vestidos que usariam, pois a ocasião pedia roupa formais. E o vestido da noiva, então como seria? Passaram horas discutindo o assunto do sonhado dia do casório.
 Florisvaldo saiu arrasado e foi para casa. Não conseguia entender porque ela tivera aquela atitude, chegou a procurá-la para pedir que repensasse, mas de nada adiantou, a moça permaneceu irredutível e como ele nunca havia pensado na possibilidade de viver sem sua amada, tomou a decisão de partir deixando a cidade e todas as lembranças para trás. Pegou sua moto, deu um beijo em sua mãe e partiu chorando, deixando a pacata cidade e todos seus sonhos para trás. Porém a vida lhe reservou um destino cruel. O rapaz envolto em tristes e confusos pensamentos, chorava muito e suas lágrimas o impediram de ver um veículo que vinha em sua direção, em sentido oposto. A colisão foi inevitável e o acidente fatal.
 Logo a noticia espalhou-se pela cidade. Todos souberam exceto Florisbela, pois a moça estava trancada em seu quarto, sonhando em cursar a faculdade, o que aconteceria em breve. Tudo estava planejado. De repente ela ouve gritos de desespero. Muitos choravam e relatavam a tragédia. Florisbela ficou parada, perplexa de tal modo que nem se movia, tão grande foi o susto. Era mentira - Dissera ela consigo mesma. Estão brincando comigo, ele estava aqui ontem como poderia estar morto naquele momento? Só depois de ver seu amor inerte no caixão, a moça caiu em si e  chorou descontroladamente, mas seu choro infelizmente foi em vão, nada mais havia a ser feito senão enterrar seu amor para sempre.


Texto escrito por Luzia Couto. Direitos Autorais Reservados a autora. Proibida a cópia, colagem, reprodução de qualquer natureza ou divulgação em qualquer meio, do todo ou parte desta obra, sem autorização expressa da autora sob pena de violação das Leis Brasileiras e Internacionais de Proteção aos Direitos de Propriedade Intelectual.

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