No dia em que Florisbela chorou, por ter se deparado com uma situação pouco
comum na cidadezinha onde vivia com sua humilde família. Florisvaldo
era seu amor desde adolescência. Viviam sempre juntos, grudadinhos um
no outro, como sua mãe costumava dizer. Eles estudavam juntos e depois
iam trabalhar na sorveteria da família dele. A noite sentavam no
banquinho da pracinha da igreja e lá ficavam horas namorando sob a
luz do luar e observando as estrelas brilhantes que formavam nuances
douradas no céu de Espera Feliz aquela pacata cidadezinha,onde todos
se conheciam e comunicavam muito, era muitos jovens que se reuniam
ao final da tarde na sorveteria e as histórias aumentavam, tomavam
forma e eram só gargalhadas. Todos eram felizes, era o que parecia. Cada um
dizia algo engraçado e tome mais risos. Uma harmonia agradável vivida por eles. Toda tarde a cena se repetia e sempre tinha alguém com algo novo para
contar e ficarem se questionando como se fosse um seminário. Tão logo a noite
chegava lá iam os casais de namorados, cada um mais
apaixonado, na direção da pracinha da igreja.
Todos
os dias a história se repetia, enquanto isto, a família
trabalhava e já comentavam: Quando será decidirão pensar em
noivado? Mas Florisbela nem pensava em noivar e casar ao contrario
de Florisvaldo que sonhava com o casamento dos dois. Sempre que ele tocava no assunto de noivado, ela desconversava e nunca respondia e o tempo ia passando. Naquele ano ambos terminariam os
estudos e talvez fossem para uma faculdade, imaginava ela, mas nem tudo
saíra como pensado. Ele queria noivar, casar e constituir uma família e pensando assim foi uma ação do rapaz fez com que tudo começasse desabar. Ninguém imaginaria que Florisvaldo
faria uma surpresa sem consultar a moça, porém ele foi até sua
casa depois do trabalho, cheio de entusiasmo e pensando numa surpresa. "Quão feliz sua amada ficaria quando ele pedisse sua mão em casamento perante
toda família". Imaginou Florisvaldo. Mas grande foi a decepção que teve
ao ouvir de sua amada um "Não" curto e seco. todos ficaram emocionados e foi difícil conter o choro, mas Florisbela, que se manteve impassiva, foi logo dizendo: Vou cursar minha faculdade primeiro, formar-me e depois
pensaremos em noivado. Para a família de ambos era bem constrangedor ouvir um não de Florisbela, já que o rapaz mostrou-se feliz e disposto a firmar o compromisso, além de que eles já haviam planejado a festa do casamento, que deveria ser linda. Todos já haviam pensando nos arranjos florais que usariam na igreja, no
cardápio da festa, nos vestidos que usariam, pois a ocasião pedia roupa formais. E o vestido da noiva, então como seria? Passaram horas
discutindo o assunto do sonhado dia do casório.
Florisvaldo saiu arrasado e foi para casa. Não conseguia
entender porque ela tivera aquela atitude, chegou a procurá-la para pedir que repensasse, mas de nada adiantou, a moça permaneceu irredutível e como ele
nunca havia pensado na possibilidade de viver sem sua amada, tomou a
decisão de partir deixando a cidade e todas as lembranças para trás. Pegou
sua moto, deu um beijo em sua mãe e partiu chorando, deixando a pacata
cidade e todos seus sonhos para trás. Porém a vida lhe reservou um destino cruel. O rapaz envolto em tristes e confusos pensamentos, chorava muito e suas lágrimas o impediram de ver um veículo que vinha em sua direção, em sentido oposto. A colisão foi inevitável e o acidente fatal.
Logo a noticia espalhou-se pela cidade. Todos souberam exceto Florisbela, pois a moça estava trancada em seu quarto, sonhando em cursar a faculdade, o que aconteceria em breve. Tudo estava planejado. De repente ela ouve gritos de desespero. Muitos choravam e relatavam a tragédia. Florisbela ficou parada, perplexa de tal
modo que nem se movia, tão grande foi o susto. Era mentira - Dissera
ela consigo mesma. Estão brincando comigo, ele estava aqui ontem como poderia estar morto naquele momento? Só depois de ver seu amor inerte no caixão, a moça caiu em si e chorou descontroladamente, mas seu choro infelizmente foi em vão, nada mais havia a ser feito senão enterrar seu amor para sempre.
Texto escrito por Luzia Couto. Direitos Autorais Reservados a
autora. Proibida a cópia, colagem, reprodução de qualquer natureza
ou divulgação em qualquer meio, do todo ou parte desta obra, sem
autorização expressa da autora sob pena de violação das Leis
Brasileiras e Internacionais de Proteção aos Direitos de
Propriedade Intelectual.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é muito importante. Obrigado por comentar. Todos os comentários serão moderados e liberados assim que forem aprovados. Comentários sem identificação serão excluídos.