O centro da vontade humana. [Tony Casanova]


Certa vez ouvi um diálogo entre duas pessoas que falavam sobre Deus e sua ação na vida humana. Uma das pessoas afirmava que o criador tem tudo para nos dar e nós nada temos para dar a Ele.

O que nós pecadores teríamos para oferecer e que interessasse a Deus? Dizia uma das pessoas. Eu ouvia atentamente a conversa sem interferir. Em determinado momento fui questionado sobre o assunto e hoje aproveito para fazer a matéria baseada na explanação que fiz durante este diálogo. Abrirei o leque e sairei um pouco do âmbito divino da questão e trarei a luz do tema para a vida. Começarei fazendo a você leitor, a mesma pergunta que foi feita durante a conversa entre aquelas pessoas: O que temos nós e que interessa para Deus?

Acredito que você já tenha encontrado uma resposta. Até acho que muitos disseram que não temos nada que possa interessar a Deus, outros responderam com diversidade de respostas. Tudo bem queridos, antes de dar a resposta eu vou dizer que nós temos algo que não só interessa a Deus, mas também ao diabo e aos homens. Trata-se da nossa vontade. Ai vem a segunda e inevitável pergunta: Mas porque a nossa vontade interessa tanto? Acontece que é na nossa vontade que encontra-se o nosso poder de decisão, a nossa obediência. É o que determina nosso controle, por isso interessa tanto. Deus sonha estar no centro da nossa vontade, sonho que não é só Dele, mas também do diabo e de muitos homens. Estar no centro da vontade humana é ter controle quase que absoluto sobre as decisões humanas, sobre suas atitudes e sua obediência.
O nosso século depara-se com um epidêmico surto de egoísmo, o que significa mais precisamente que o homem colocou-se na posição central das suas próprias vontades fazendo com que Deus perca completamente o domínio sobre ele e suas ações. É assim que o homem vem agindo sempre em função dos seus próprios interesses deixando de lado qualquer ação que possa beneficiar alguém além dele mesmo. Vale ressaltar que estas ações podem ser vistas em ambiente coletivo, mas iniciam-se sempre em ambiente individual, de onde partem as decisões. Mesmo quando algumas destas ações são tomadas por mais de um indivíduo e afetam milhares de pessoas, elas partem de um grupo que visa seus interesses antes do interesse da coletividade.Assim ocorre com as guerras, decididas entre grupos isolados, mas que enviam para a morte milhares de soldados. O efeito é devastador porque não só faz vítimas de um lado, mas de qualquer um dos lados envolvidos nesta guerra.
É óbvio não se inicia uma guerra desconhecendo que haverão vítimas dos dois lados, mas a importância é dada aos interesses e não ás vidas que poderão ser interrompidas para que se conquiste um objetivo. Até que ponto podemos sacrificar vidas em nome dos nossos interesses? Voltando a questão da vontade humana, todos nós temos a Liberdade de Arbítrio para tomar decisões, mas esta liberdade não implica que estaremos livres das consequências. É possível termos vontades boas, mas para cumprirmos estas vontades, muitas vezes é preciso sacrificarmos alguns interesses, o que faz pesar na hora de decidirmos o que fazer. Da mesma forma muitos interesses nossos sacrificam a vontade de outros e esta fórmula nos mostra que é preciso haver equilíbrio entre a nossa vontade e a vontade do outro para que haja respeito pelos interesses de cada um.
Sabendo que temos algo tão valioso quanto a nossa vontade, precisamos ter cuidado com nossos interesses para não acabarmos por sacrificar a outros. Liberdade de arbítrio sempre teremos, é um Direito, mas é preciso ter muita calma na hora de usá-la. Abrir mão de um Direito para beneficiar a outros é adquirir a honra do altruísmo. Um mérito que jamais seria alcançado por alguém entregue ao egoísmo.

Texto do Escritor brasileiro Tony Casanova – Direitos Autorais reservados ao autor. Proibida a cópia, colagem, reprodução de qualquer espécie ou divulgação em qualquer meio, do todo ou parte dele, sem autorização expressa do autor sob pena de infração ás Leis Brasileiras e Internacionais de Proteção aos Direitos de Propriedade Intelectual. O uso da presente obra sem respeito aos créditos devidos ao autor incorrem em Crime de Plágio.

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