Edith, uma mulher simples, dona de casa, vivia diariamente na lida com os trabalhos domésticos. Morava numa pequena cidade no interior do Nordeste brasileiro. Aos quarenta e cinco anos, face aparentando a luta do trabalho diário, a mulher ainda assim possuia sua vaidade. Gostava de arrumar-se, punha roupas justas, perfumava-se e aguardava o marido chegar do trabalho. Os cabelos sempre bem cortados, em cores negras realçavam com sua pele branca. Os quadrís largos e a cintura fina, apesar da pequena estatura, destacavam Edith de outras mulheres. Chamava a atenção dos homens e deixava o marido enciumado.
Todos os dias lá ia ela fazer as compras para o café da manhã na quitanda do seu João. Pão, ovos, leite e manteiga eram comprados fresquinhos ali. A caminhada da Edith era acompanhada por vários homens desocupados que por ali ficavam a passar o tempo. Apesar da idade ainda arrancava suspiros dos marmanjos, principalmente do jovens mais ousados.
Em casa seu comportamento era zeloso, cuidava dos afazeres com alegria e sempre cantarolando. Tinha orgulho de possuir uma casa organizada e com eletrodomésticos novos. Possuia Cd e DvD Players, Televisor de 40”, Computador, Tablet e Celulares de última geração. No telhado a residência ostentava a antena da TV por assinatura e a Parabólica. Os móveis eram novos e a casa recém reformada. Uma vida confortável para ela e o marido. Parecia não lhe faltar nada. O marido, um ano mais novo que ela, já apresentava sinais de cansaço da dura vida de trabalho braçal. Saia cedo de casa e voltava muito tarde, sempre cansado e após o banho e o jantar, desmaiava na cama sem importar-se com as obrigações maritais.
Um fato que incomodava Edith era esta ausência de carinho, de afetividade do marido. Ela que desde cedo desenvolvera um acentuado gosto pelo sexo, via-se as turras com um casamento que em parte lhe satisfazia, mas o cansaço interminável do marido a deixava na carência sexual. Nos primeiros anos lidou bem com a situação, mas o tempo foi passando e suas esperanças de que a situação fosse melhorar. Outro fato que mexeu com seus pensamentos foi perceber que a medida que os anos passavam seu desejo por sexo ficava ainda mais forte. Tocava-se durante os banhos sempre demorados. Tinha pensamentos libidinosos, fantasias, desejos secretos, inconfessáveis. Envergonhava-se as vezes por sentir estes calores, por molhar-se desejando outra pessoa que não o marido, mas aos poucos foi se descobrindo loba e libertando suas carências. Se de início sentia-se culpada por sentir tanto desejo, hoje já não era assim. Resolvera assumir-se como mulher e passou a provocar os homens com olhares, roupas e flertes. Conseguira vários encontros furtivos e neles satisfazia seus desejos mais íntimos. Sempre voltava para casa feliz e satisfeita por ter descoberto a vida sexual após os 40 anos. Aceitou seu casamento como sexualmente fracassado, mas não desejava separar-se e assim permaneceu, casada, desobrigando o marido, constantemente cansado, dos seus afazeres sexuais.
Edith cuidava para evitar escândalos ao casamento e sempre encontrava-se furtivamente com seus amantes cuidando para que o fato não fosse revelado por eles. E assim foi e assim continua sendo. De um lado um marido desinteressado e enfadado da lida diária e do outro uma loba solitária que lhe fazia companhia nas noites, mas entregava-se aos prazeres durante o dia, saciando a fome que possuia secretamente.
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