Relacionamentos - Limites de ultrapassagem. [Tony Casanova]


Seria muito bom se todos os relacionamentos à dois dessem certos, fossem felizes e nunca houvessem separações, mas infelizmente se assim fossem, tornar-se-iam monótonos, corriqueiros e fadados ao limbo da rotina. Não há relação perfeita, existem sim diferenças de entendimentos que fazem um ou outro casal se destacar pelo fato de serem mais tolerantes, mais maduros em relação aos problemas oriundos da convivência à dois. Quando duas pessoas se dão em relacionamentos, elas não esquecem seus gostos pessoais, suas preferências e são exatamente estas nuances que irão determinar a solidez de um relacionamento. Quanto mais maduros e coerentes os envolvidos, maior a chance de terem um relacionamento sólido e durável.
Os atritos são comuns e devem ser vistos como uma forma de caminhar para o amadurecimento, já que saber lidar com eles e procurar resolvê-los sem gerar uma ameaça para a relação denota maturidade. A dificuldade está no fato de que toda problemática de uma relação deve, como regra, ser resolvida à dois, afinal o problema diz respeito a ambos e não a um só. Ambos devem decidir qual a melhor solução para a questão estando em comum acordo. O que fazer então quando se percebe que o outro está se afastando? Como disse antes, é preciso que cada um busque nas próprias ações, algo que possa ter magoado ou outro. As vezes uma má resposta ou uma série delas, uma pequena provocação, alguma coisa feita ou dita e que não foi reclamada, mas que não deixou de ser sentida negativamente. É comum haver mudanças de atitudes sem que quem as comete esteja atento e como não houve reclamação, prossegue-se desta forma sem a percepção de que a cada dia a mágoa torna-se maior no outro.
A melhor maneira de medir as ações dentro da relação é recordando-se de como ela iniciou. O que foi feito para conquistar o outro? E o que está sendo feito atualmente e que o tem magoado? Há um erro comportamental entre casais quando começam a ser tomados pelo sentimento de posse. Isto se dá quando um acha que já tem o outro conquistado e passa então a mudar de comportamento em relação ao outro. Começam então as decepções sucessivas, uma após a outra. Mágoas e ofensas começam a surgir e surge então o segundo erro: Aquele que está sentindo-se ofendido, magoado não reclama, tranca-se evitando o diálogo. Ambos mudam de comportamento. A relação começa a ficar por um fio.
Quando a relação chega a este ponto ou ambos mudam ou ela acaba. Quando o respeito perde o sentido, as palavras perdem a doçura e os olhos perdem o brilho é preciso resgatar e recomeçar a relação, caso contrário ela definha e morre. Ai entra um fator diferencial entre os casais: O orgulho. Quanto menor for o orgulho, maior as chances de se entenderem. Um recomeço exige muito de ambos e será preciso rever todas as posições que conduziram ao ponto em que se encontram. Esta equação deve ser resolvida pelos dois, cientes de que se não encontrarem uma solução plausível e pacífica não terão mais motivo algum para permanecerem juntos. Pequenas ações quando repetidas sem observância dos seus efeitos costumam produzir enormes estragos em relações e se os dois não forem maduros suficiente para saberem lidar com a questão, o final é quase certo.
Sempre houve e sempre haverá atritos, choques de interesses e diferenciação de valores nas relações, afinal cada um tem seus princípios e seu caráter construídos a partir de convivências diferentes. A união proporciona a chance de lapidarem seus conceitos, apararem as arestas e conviver de modo ordenado e harmônico, mas isto só acontecerá se forem maduros, coerentes, sensatos e responsáveis um com o outro. O primeiro pilar de base de todo relacionamento é o respeito e é justamente ele que garante que haja harmonia, perdido o respeito, cessada a tolerância e ausente a maturidade, nenhuma relação sobrevive. Não é preciso muito para viver bem, apenas lembrar-se que quando um casal se forma o faz para que um beneficie ao outro deixando de lado o egoísmo e as ações solitárias e isoladas, sempre vivendo em dois como se fossem um só.

Texto do Escritor Brasileiro Tony Casanova. Direitos Reservados ao autor. Proibida a cópia, colagem, reprodução de qualquer espécie ou divulgação em qualquer meio, do todo ou parte dele sem autorização expressa do autor sob pena de infração ás Leis Brasileiras de Proteção aos Direitos Autorais.
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