Espelhos de nós mesmos. [Tony Casanova]


Que a vida tem lá seus altos e baixos a gente até já sabe, mas isto não quer dizer que temos que viver embaixo o tempo inteiro. Devemos navegar a vida ao sabor das suas correntes, sem tentar lutar contra suas águas. É inútil dizer que nossas ações trazem consequências, isto todos nós já sabemos, portanto antes de qualquer ação é preciso calcular o que poderemos ter dela como consequência para nós. Lógico que sabemos que viver uma vida sem paixão é tê-la sem motivos, então é bom que entendamos o que podemos fazer por nós para melhorarmos os resultados que iremos ter de cada ato. Vamos falar um pouco de “Paixão”, mas não a paixão de homens e mulheres, paixão física, mas a paixão na sua essência, antes porém vamos analisar uma palavrinha básica que influencia nossas vidas; a “Motivação”.
Para qualquer atitude que tomemos, em qualquer área da vida, precisamos de um motivo que nos impulsiona a escolhe-la, então entendemos que para decidir sobre algo, para fazermos uma escolha, precisamos de um motivo para isso. Geralmente nossas ações são motivadas por um único sentimento que nos alimenta; a “Paixão” por aquilo que escolhemos fazer. Paixão pelo trabalho, pelos estudos, pelas tarefas diárias, pela família, pelos amigos, pelo companheiro, enfim, deliberadamente fazemos porque gostamos e escolhemos aquilo. O sentido de “Paixão” aqui está na conotação de gostar, gostar muito, “amar” por assim dizer. Após escolhermos aquilo que obviamente gostamos, vem a ação ou aquilo que iremos fazer para demonstrar o quanto gostamos do que escolhemos. A este dueto chamamos de Motivo+Ação ou Motivação. Ela é a razão das nossas atitudes, mas é bom lembrar sempre, que virão consequências, boas ou ruins a partir dos nossos atos e por isso, ainda que bem intencionados, vale a pena pensar no que poderão resultar.
Muitas vezes cheios de boa intenção, fazemos algo que é mau interpretado por alguém e quando surgem os atritos só nos lembramos da nossa intenção e esquecemos de por regra, nem tudo que é bom para nós é bom para o outro. A nossa interferência é vista pelo outro como uma quebra, um desrespeito à sua liberdade de ações. Este é outro ponto que todos nós sabemos, pelo menos eu acredito que saibam; cada um é dono das suas próprias decisões, sejam elas erradas ou não. Interferir neste curso é como invadir o limite de um direito obrigando o outro a aceitar condições impostas. Enquanto “verde” e sem condições de decidir aquilo que é correto ou não, o ser humano deve ser não somente disciplinado, mas antes disso educado quantos ás escolhas que deve fazer e aprender que tais decisões competem única e exclusivamente a ele, não a nós. Cada um deve espelhar-se em suas próprias paixões, suas motivações para decidir o que é melhor para si.
No caso dos “verdes” é preciso que saibam através de quem lhes guia, que escolhas erradas resultam em más consequências e prejuízos. Se ao invés de punir soubermos educar, certamente aqueles que decidirem farão menos escolhas erradas sofrendo assim bem menos com as suas consequências. É comum querermos “endireitar” aquilo que vemos e consideramos erro no outro, mas o tempo precioso que perdemos analisando ações de terceiros nos impede de observarmos nossas próprias decisões e suas consequências. O melhor que se pode fazer, faça-se por si mesmo e assim aquele que o observa verá os resultados obtidos e neles se espelharam, mas não se pode servir de espelho se a imagem refletida nele não é agradável a ninguém.

Texto do escritor brasileiro Tony Casanova . Direitos Autorais reservados ao autor. Proibida a cópia, colagem, reprodução de qualquer natureza ou divulgação em qualquer meio, do todo ou parte dele, sem autorização expressa do autor, sob pena de infração ás Leis Brasileiras e Internacionais de Proteção aos Direitos Autorais.

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