Linha Investigativa 5 - Porque mentimos?


A mentira é um fato na humanidade desde que ela existe. O ser humano, principalmente aquele que se imagina em posição frágil ou inferior a outro, é tendencioso a mentir. Somos como belos pacotes vazios, um dia poderemos estar cheios da verdade e em outro estaremos cheios de mentiras porque temos inclinação não só para o bem, mas também para o mal. A escolha sempre foi e sempre será nossa. Opostamente à verdade, a mentira oprime, adoece e cega quem dela faz uso para ocultar sua verdadeira face e a sua primeira vítima é exatamente aquele que mente. Mentir traz ao ser humano a falsa sensação de segurança, de que tudo estará oculto e jamais será revelado. E é um fato que não existe ser vivo, de espécie alguma, que se multiplique na mesma velocidade que a mentira. Quanto mais o indivíduo mente, mais vulnerável se torna diante de si mesmo, menos confia em seus próprios atos e a medida que esta sensação vai crescendo, cresce com ela a necessidade de novas mentiras para encobrir as outras.
É comum em todo mentiroso não confiar em ninguém porque ele não confia em si mesmo, conhece sua própria capacidade para enganar e na intenção de proteger-se de ser enganado, não confia nos outros. Mas neste novelo de linhas sujas encontramos três tipos de mentirosos, a saber, nenhum menos culpado ou inocente que o outro, mas cada um com suas justificativas:

O que mente apenas por diversão.
Este que não tem objetivo algum a não ser divertir-se ás custas daqueles que lhe dá crédito aquilo que diz. Ele tem uma capacidade inacreditável de criação de estórias e muitas vezes chega tão perto da “perfeição” que é capaz de acreditar no que ele mesmo inventa. Esta ação é a porta de abertura para grandes e perigosas mentiras, até porque ainda que o mentiroso não tenha objetivos, a mentira tem vida própria e oprime, aprisiona seus vassalos e seus objetivos são seculares.

O que mente para defender-se dos fatos que o acusam.

Este tem o objetivo de safar-se e sair impune das suas ações reprováveis. Na tentativa de ocultar seus feitos, segue criando estórias e conduzindo pessoas a lhe darem crédito. Talvez este seja o indivíduo mais vulnerável e também o mais perigoso porque ele é o criador de uma rede que se fecha em torno de si mesmo, capturando todos que se aproximem. Um mentiroso deste naipe é perigoso porque é calculista, não só produz a mentira, mas também o álibi que o aliviará em caso de suspeita. É um indivíduo maquiavélico, que monta uma estrutura e possui estratégias para fuga e justificativas em caso de descoberta.

O que mente por estímulo.

Este mente por prazer. Sente um estímulo crescente em mentir, divertir-se por enganar, iludir pessoas. Estamos no estágio da doença, onde mentir deixou de ser apenas diversão, mas agora é um prazer mórbido. Algo que lhe é vital para a manutenção da sua alegria. Enquanto muitos buscam a alegria em outras ações, a ação preferencial de quem mente por estímulo é mesmo enganar, estar por cima, iludir pessoas. Aqueles que tem conhecimento psicológico e já estudaram ou analisaram casos de Psicopatia sabem como é deparar-se com o cinismo, a dissimulação e a inteligência de um Psicopata. Bem articulado, culto e de grande poder de raciocínio e perspicácia, este indivíduos são capazes de cometer crimes e depois justificá-los de forma pausada e elegante.
Devido a extensão do assunto, em breve continuarei esta matéria e avisarei tão logo esteja pronta.

Texto do escritor brasileiro Tony Casanova . Direitos Autorais reservados ao autor. Proibida a cópia, colagem, reprodução de qualquer natureza ou divulgação em qualquer meio, do todo ou parte dele, sem autorização expressa do autor, sob pena de infração ás Leis Brasileiras e Internacionais de Proteção aos Direitos Autorais.


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