O escambo moderno
Atualmente todos os países possuem sua moeda oficial que é utilizada como remuneração pelos serviços e produtos ofertados, existe também o salário, que representa a quantia devida ao funcionário ou prestador de serviços pelo período trabalhado, mas como para tudo que se diz “Oficial” existe o “Paralelo” e o “Negro”, no Brasil uma prática tornou-se comum; o escambo moderno, onde o corpo passou a ser a mercadoria que é trocada por moeda oficial, bens e produtos. Não que esta seja uma prática originariamente brasileira, mesmo porque nos relatos Bíblicos consta o de Maria Madalena, uma prostituta da época e que provavelmente fazia comércio do próprio corpo para sua sobrevivência, mas nos nossos tempos a prática tem outras finalidades. Com o avanço da tecnologia e a facilidade de acesso à informação, aumento do número de instituições de ensino e um leque vasto de ofertas de cursos em Faculdades e Universidades, além dos Cursos Técnicos, o Brasil afunila no mercado de trabalho e o que temos é uma torneira sempre aberta despejando uma quantidade imensa de formandos que encontrarão um mercado inchado e sem lhes oferecer perspectiva de aproveitamento.
Seria então a falta de mercado que estaria conduzindo o escambo moderno? Não. Sabemos que este tipo de comércio é prática comum desde a época do acesso universitário quando muitos pagam os estudos com dinheiro proveniente deste “escambo”. Vale ressaltar aqui e deixar bem claro que esta não é uma prática de todos, apenas de alguns indivíduos. Digo isto para que não entendam que citei o escambo moderno como uma prática generalizada. Descartada a hipótese de que hoje muitos usem o corpo como mercadoria por incapacidade, vamos descartar também a ideia de que o façam por necessidade básica, afinal trata-se de indivíduos de boa linhagem, situação financeira familiar estável e instrução excelente. Infelizmente a era moderna está sendo assolada por uma verdadeira Tsunami de mudanças de costumes e hábitos e o escambo faz parte destas mudanças. Com a adesão de indivíduos cada vez mais jovens, este escambo apreça o corpo avaliando características de beleza, juventude e disposição.
Um mercado amplo e aberto e com prática cada vez mais frequente, onde não interessa só a moeda como troca, mas também visam o acesso a empregos, produtos e serviços sonhados e que só poderiam ser conquistados através de muito esforço e dedicação, além da comprovação de talento. Muitos destes indivíduos querem o sonho, mas sem o sacrifício e por isso usam o escambo como porta de entrada para conquistarem seus sonhos.
Texto do escritor brasileiro Tony Casanova . Direitos Autorais reservados ao autor. Proibida a cópia, colagem, reprodução de qualquer natureza ou divulgação em qualquer meio, do todo ou parte dele, sem autorização expressa do autor, sob pena de infração ás Leis Brasileiras e Internacionais de Proteção aos Direitos Autorais.
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