Conto l Tempestade de Amor l Capítulo l


Capítulo I

O cenário era uma pequena vila de pescadores, lugar paradisíaco onde era possível perceber por entre a vastidão de coqueirais, o mar traçando uma linha no horizonte. Havia entre o céu e o mar daquele lugar um sobretom de azuis espetacular cuja brancura das nuvens servia de contraste. O silêncio era absoluto devido a ausência de veículos e tudo que se podia ouvir eram os cantos dos pássaros e algumas vozes diferenciadas de bichos na mata. Santana dos coqueirais, assim era conhecida a colônia de pesca onde Lauane vivia junto com seus pais. Jovem humilde, vinda de uma família de pescadores, dedicava-se a estudar, cuidar da casa e preparar com as mulheres da casa, os pescados trazidos pelos homens. Este era o costume lá em Santana; os homens saiam para a pesca e as mulheres cuidavam dos afazeres domésticos até que chegassem para prepararem os pescados.
O velho Zé Feijó, pescador antigo na vila e também patriarca da família havia trazido um pescador novo para sua equipe. O rapaz era forte, jovem e tinha experiência de pesca, iria ajudá-los muito na lida com as pescarias. Naquela noite Feijó chegou em casa animado e muito feliz com a pescaria. Trouxeram muito peixe que daria para o consumo da família e sobraria muito para vender. O velho patriarca chegou a dizer que “Carlitos”, o jovem novato lhe trouxera sorte. - O rapaz tem pé quente. Comentou. Na grande sala reuniram-se todos para o jantar. Sentaram e começaram a conversar aguardando as mulheres servirem a janta. Passava das vinte horas e a conversa seguia animada até que chegaram as mulheres trazendo o jantar.
Um tanto desconfortada pela presença do novato, Lauana foi servir-lhe a sopa que trouxera. Falou-lhe com voz abafada:
- O senhor aceita um pouco de sopa?
Aceito sim, obrigado. Como é a sua graça?
- Lauana!
- Prazer senhora Lauana, eu me chamo Carlitos.
Muito envergonhada por conta da timidez, a jovem encerrou a conversa e partiu em direção a cozinha. Ficara intrigada com a forma como aquele estranho a olhara nos olhos. Ele tinha olhos cor de mel, um corpo forte com músculos bem definidos, próprio de rapazes da sua idade. Carlitos tinha 27 anos .Vestia uma camisa regata e uma bermuda Jeans que lhe deixava a mostra as grossas e peludas pernas. Possuía lábios medianos, carnudos e estava de barba aparada. A moça não hesitou em observá-lo discretamente enquanto conversava com os outros. Avermelhou quando percebeu que ele a olhava nos olhos com um sorriso enigmático. Corada desviou o olhar e voltou para a cozinha.
No dia seguinte Lauana já havia acordado quando os homens começaram a aparecer. Estranhamente Carlitos demorou, o que provocou uma leve ansiedade na moça. Intrigada ela queria saber porque sentia-se assim, afinal nem conhecia ele, pensou. Estava de costas servindo ao pai quando ouviu a voz do novato saudando a todos com bom dia. Lauana olhou rapidamente para ele, sorriu levemente e respondeu:
- Bom dia seu Carlitos.
- Bom dia Lauana! Mas por favor, chame-me apenas de Carlitos. Assim não me sinto mais velho do que sou.
- Tá bom Carlitos. O se... quer dizer, você aceita um café com bolo fresquinho?
- Claro! Foi você mesma que fez?
- Sim, aprendi com a mamãe. Ensinou-me a cozinhar, lavar e cuidar da casa. Diz ela que é para quando eu casar.
- Hum! Moça prendada. Já tem um namorado ou ainda está na espera?
- Penso nisso agora não. Estou muito jovem para namorar.
- Quantos anos você tem Lauana?
- Tenho dezenove, fiz mês passado. O pai disse que já tô na idade de ter um namorado senão fico pra titia igual minha irmã Luna.
Fica não! Uma moça tão linda, prendada e respeitosa que nem você deve estar cheia de pretendentes por aqui.
- Vamos mudar de assunto Carlitos? Disse isso visivelmente corada.
- Você me dá licença, preciso ir cuidar do almoço. Saiu apressadamente. (Continua no segundo Capítulo ...)

Texto do Escritor Brasileiro Tony Casanova . Direitos Autorais Reservados ao autor. Proibida a cópia, colagem, reprodução de qualquer espécie ou divulgação utilizando-se qualquer meio, do todo ou em parte do conteúdo sem autorização expressa do autor, sob pena de infração ás Leis Brasileiras de Proteção aos Direitos Autorais.
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*Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com fatos, pessoas ou locais terá sido mera coincidência.

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