Conto l Tempestade de Amor l Capítulo ll


Capítulo II


No dia seguinte todos acordaram cedo, prepararam as redes, abasteceram o barco com víveres e ferramentas de pesca. Iriam sair para mais uma pescaria, apesar do mar estar agitado. O Centro de Meteorologia avisou que era recomendável que os pescadores suspendessem temporariamente as atividades naquele dia por causa dos fortes ventos, mas o velho patriarca decidiu ir a luta. Confiava na sua experiência e tinha um pressentimento de que aquele seria um dos melhores dias de pesca do ano. Lauana temia por todos. Pensava nos irmãos, no pai e no Carlitos. Como iria ficar se algo acontecesse com ele? Indagava-se a jovem.
Tudo pronto, enfim saíram após breve oração a Iemanjá. Lauana observava o barco afastar-se com lágrimas de aflição nos olhos. Estava ao lado da mãe que segurava firme na sua mão. Uma procurava fazer a outra acreditar que tudo sairia bem, mas ambas estavam nervosas. O dia parecia não passar e nada de notícias da embarcação do Feijó. O tempo estava fechado com nuvens negras e carregadas, vento forte e ondas enormes que quebravam na praia. O barulho era assustador. Dona Lorenice procurava animar a filha cantando canções antigas que conhecia, mas a menina não tirava os olhos da janela que dava para o mar. A tarde chegou e caiu quase imperceptivelmente tamanha era a escuridão do dia. Enfim a noite e lá pelas dezenove horas elas ouviram o barulho de vozes vindas da escuridão. Eram risos de alegria, gritos festivos e cantoria. Eram eles.
Os primeiros a entrarem foram os irmãos de Lauane que foram prontamente abraçados pelas mulheres. Choravam de alívio por tê-los de volta sãos e salvos. Perguntaram pelos outros e os irmãos responderam:
- Estão vindo ai. Os dois estão comemorando a nossa melhor pescaria e parece que vamos ter uma semana de folga. Já, já chegam.

Dona Lorenice e Lauana ficaram se olhando e juntas miraram a porta ao ouvirem as vozes do seu Feijó e do Carlitos. Entraram abraçados. E mal entraram na casa foram recebidos com muito choro. Dona Lorenice correu a abraçar seu Feijó enquanto Lauana foi cair nos braços do Carlitos. Abraçou-o forte como se não fosse mais soltar. Chorava convulsivamente. O rapaz sem entender nada, segurou em seu queixo e olhou-a nos olhos e perguntou porque chorava. Ela respondeu:
- Achei que não fosse mais vê-los. Fiquei preocupada com vocês.
- É, tivemos um dia duro. Fomos pegos por uma tempestade quando arriamos as redes, mas graças a Deus correu tudo bem. Estamos aqui não estamos?
- Estão, mas me prometa que nunca mais vai sair com um tempo destes. Promete?
- Prometo! Mas você vai ter que segurar seu pai. Ele é teimoso demais.
- Deixa meu pai que mamãe segura ele. Estou preocupada é em segurar você.
Neste momento Carlitos ergueu o queixo da moça e docemente a beijou. Um beijo que pareceu durar horas. Eles sabiam que a partir dali, aquele seria o primeiro de muitos beijos que viriam. De repente ouviram os gritos dos irmãos que observavam a cena:
Êêêê agora sim, vamos ter casório na família.
Foi difícl segurar o sorriso e esquecer quando ouviram a uma só voz seu Feijó e Dona Lorenice dizerem:
Nós fazemos muito gosto.

Texto do Escritor Brasileiro Tony Casanova . Direitos Autorais Reservados ao autor. Proibida a cópia, colagem, reprodução de qualquer espécie ou divulgação utilizando-se qualquer meio, do todo ou em parte do conteúdo sem autorização expressa do autor, sob pena de infração ás Leis Brasileiras de Proteção aos Direitos Autorais.
Copy Right 2014 by Brazilian Writer Tony Casanova – All Rights Reserved.
*Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com fatos, pessoas ou locais terá sido mera coincidência.

Um comentário:

  1. Adorei esses dois capítulos ,mas terminou ai o conto? ou tem mais capítulos?
    muito bom,adoro contos,viajo com os personagens,parabéns..

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