Velhos tempos, belos dias. [Tony Casanova]


Sempre me confessei saudosista, amante das boas épocas onde podia-se assistir emocionantes festivais de música protagonizado por nomes que num passado recente, representaram nos palcos a nata da música brasileira. Nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Jobim, Gal Costa, Maria Bethânia, Vinicius de Morais, Jair Rodrigues, Chico Buarque de Holanda, enfim, centenas de artistas nacionais que faziam dos festivais um enorme sucesso e que hoje são a memória viva da nossa Cultura Musical. Sou nostálgico quando me lembro dos circos Moscow, Grand Circo Vostok, Grand Circo Garcia e tantas outras companhias circenses que faziam tournê pelo Brasil.
De tanta coisa que sinto falta, o que mais me deixa saudoso é o humorismo. Lembro-me de famílias inteiras reunidas no horário das nove para assistir ao programa humorístico do grande mestre do humor Chico Anísio. Ele e sua legião engraçadíssima de personagens arrancavam risos nos lares brasileiros. Era uma febre imitar seus personagens e as criações eram realmente muito elaboradas. Quem não riu com Bento Carneiro, o vampiro brasileiro e seu assistente Calunga? Ou mesmo com Pantaleão e Dona Terta a contarem estórias quase verdadeiras? Aquela foi a época de ouro do humor brasileiro, imbatível e cuja audiência elevava as emissoras que tinham grades neste formato. Jamais esqueci o magnífico Jô Soares que tinha, semelhante a Chico Anísio, um enorme número de personagens. Marcaram época o Capitão Gay, Dr Nogulo e seu parceiro e o Jornal do Gordo com suas tiradas inteligentes.
Os programas chamados de auditório eram concorridos e eu era um assíduo telespectador do inesquecível Abelardo Barbosa, o Chacrinha, Edson Curi, o Bolinha, Flávio Cavalcante e Raul Gil. Eram programas que valorizavam talentos anônimos e lhes dava a chance de brilharem na telinha. Lembro bem dos comentários nas ruas onde se discutia sobre qual calouro ganharia o concurso de calouros e levaria o prêmio. Tempos de glória da televisão brasileira. Ainda lembrando dos programas de auditório, quem não recorda do antigo formato do programa Sílvio Santos com suas pegadinhas? Fugindo dos auditórios, que lembranças maravilhosas tenho das transmissões antigas dos Carnavais do Rio de Janeiro e São Paulo. Longe de tanta tecnologia, mas com uma produção preparada, as transmissões me faziam perder o sono.
Na programação esportiva havia a briga pela transmissão do Volley de Praia e de quadra, onde torcíamos pelas equipes masculinas e femininas. Gerou-se uma coqueluche esportiva no Brasil onde muita gente revelou-se para o esporte, muitas portas de patrocínio se abriram e grandes nomes descobertos. O Basquete com a Hortência e a Magic Paula, nossa! Assim brilhava a dupla Adriana e Shelda, no Volley feminino de praia. No domingo a programação trazia muitos esportes, não só futebol, mas havia espaço para a Fórmula e o célebre Airton Senna, Alan Prost , para a Natação, Ginástica, enfim havia opção para todos os gostos.
Para quem está se perguntado porque falei de saudosismo e depois de televisão, vale ressaltar que a televisão era, antes da explosão da Internet no Brasil, o maior meio de diversão da família brasileira. Nos lares todos sentavam-se diante do televisor para assistir a novela das sete, depois Jornal Nacional, depois a novela das oito e após ela, as séries que tanto agradavam o público. Seriados como Mac Giver, Havai 5.0 , Chips, Cojac, O Homem de Seis Milhões de Dólares, enfim a programação era ótima. Não vou esquecer os desenhos animados como Pica-Pau, Papa-Léguas, Tom e Jerry, Tio Patinhas e Pato Donald, Frajola e Piu-piu. Este é um saudosismo que me faz tremer só de pensar no que temos hoje. As mesmices semanais, o entulho e a chatice das novelas em todos os horários e os programas insossos de Talkie Show e Stand Up Comedy. Saudades da época em que se sabia fazer televisão com respeito ao público. Tempos que não voltam mais.

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